Três corpos. Vorazes. Vazios. Em decadência. Desconhecidos de si próprios? Na rua, na cidade, olhamos o quotidiano que todos os dias deixamos para trás. São os dias que passam que nos conduzem pela indefinida e incerta espera. Como uma loucura que se contagia: somos clandestinos na rua que agora adormece. Vamos em direção ao encontro. Na penumbra, colhemos e trazemos connosco o que é deitado fora, o que é largado na periferia. O lixo. Os restos esquecidos, desperdiçados. Respigamos o que os outros deitam fora. Outros que são deitados fora. Com sede de colocar na luz tudo o que fica à margem e incomoda. É o que nos provoca o primeiro movimento: o ar que nos faz ir. Vasculhamos no incerto - quando parece que vamos cair, há sempre outro vento a fazer-nos ir.