HÁ QUALQUER COISA PRESTES A ACONTECER | ©João Octávio Peixoto
Destaque
Victor Hugo Pontes
Sexta
A nova criação de Victor Hugo Pontes estreia em 2024, no Outono de um ano que será por muitos passado a olhar para trás, para cinquenta anos de história de um país livre, ao mesmo tempo que olharemos para diante, procurando vislumbrar o caminho a percorrer de forma a preservarmos essa liberdade maior. Victor Hugo Pontes quer ocupar esta medianiz, e nesse lugar em branco projectará o seu novo espectáculo.
Começámos por isolar um verso de uma canção, como quem isola, em laboratório, uma partícula essencial para iluminar a complexidade do todo: mergulhámos na “Inquietação” de José Mário Branco e, quando voltámos à tona, todos os sentidos ficaram alerta, em estado de atenção plena, de liberdade absoluta. Decidimos então ir por aí. Em Há qualquer coisa prestes a acontecer, o corpo será o grande signo em cena – uma massa física colectiva, que forjará uma peça coral vigorosa, composta por corpos nus e imagens plásticas, primordiais. Não haverá alusões imediatas a um estado de coisas político, ideológico ou ambiental. Não haverá palavras de ordem ou gritos de alerta. Haverá, isso sim, o confronto com o tempo iminente. Do perigo lá fora (no mundo) às barreiras cá dentro (na nossa cabeça), continuamente vemos novidades e reconfiguramos o entendimento do que nos rodeia e do lugar que ocupamos.
No corpo dos intérpretes, descobriremos o que nos move, o que nos assusta, o que nos ameaça, o que nos transforma, o que nos condiciona, o que nos liberta. Em Há qualquer coisa prestes a acontecer, Victor Hugo Pontes vai trabalhar a nudez como o avesso do instintivo e do primário: no corpo de baile despido em palco, encontraremos o mais racional sentido do humano, o mais forjado, o mais virtuoso e, por isso mesmo, o mais livre.
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